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quinta-feira, 12 de junho de 2008

Fechando com chave de ouro



Era tanta gente participando da mesa, que quase daria para armar um time para jogar uma bolinha, depois da última etapa do Ciclo de Palestras e Debates da Rede Rio Música, no auditório da Estácio de Sá (Centro, Rio). O tema da noite foi “Festivais e eventos musicais, associativismo e empreendedorismo musical”. Bruno Levinson (Humaitá Pra Peixe) vacilou e não apareceu para participar da mesa, como estava combinado. Mas estavam lá para falar com as cerca de 130 pessoas presentes: Gabriel Thomaz (Autoramas / Gravadora Discos), Rodrigo Lariú (Abrafin / Midsummer Madness) e Pedro de Luna (Araribóia Rock), todos participantes ativos da Rede Rio Música, e também Léo Feijó (Grupo Matriz), Lencinho (Circo Voador / Mostra Livre de Artes) e Jomardo Jomas (Festival MADA - RN).


Lencinho falou sobre a diversidade que a Mostra Livre de Artes – também conhecida como MoLA – abriga, hoje em dia, e de como isso nasceu do feedback do público. Ele falou da vida agitada que leva um produtor cultural, disse que não fica fechado numa sala com ar condicionado e fumando charutos e que as pessoas que vão aos shows precisam pagar ingresso. Porque só assim os shows podem acontecer.


Pedro de Luna contou como o Araribóia Rock começou como um movimento e virou um coletivo. Ele ressaltou o lado prático do trabalho que desenvolve e a importância do contato com os políticos. Deu como exemplo a ocasião em que entregou na secretaria de Cultura de Niterói (cidade em que atua) um pacote com 30 CDs de bandas da região. Rodrigo Lariú, que também é de Niterói, celebrou os 20 anos de seu selo, o Midsummer Madness, e anunciou o lançamento do DVD do grupo Fanfarra Paradiso. Para ele, que odeia o esquema voz-e-violão e considera “lixo” 98% do que está no My Space, a palavra-chave é “parceria”: “A Abrafin (Associação Brasileira dos Festivais Independentes) é uma prova de que as pessoas podem gerar resultados muito melhores se associando.”


Jomardo Jomas, potiguar que está trabalhando temporariamente no Rio com assessoria política, produtor do festival Mada (Música Alimento da Alma), concordou com Lariú: “É importante se associar...” E acrescentou: “Quem está tocando no festival tem que ter prazer de participar. E quem está na produção tem que ter prazer de trabalhar.” Ao falar sobre “mercado independente”, perguntou: “Independente de quê? Você depende de abrir uma página na internet. Depende de fazer contatos...”


Léo Feijó, um dos sócios da Casa da Matriz e de outras oito casas que funcionam no Rio (entre elas, o Teatro Odisséia e o Cine Lapa), disse que hoje não conta com nenhum grande patrocinador e mesmo assim realiza entre 60 e 80 shows por mês. Ele achou importante destacar que a “música de qualidade está em diversos ritmos, não só no rock”.


Gabriel Thomaz, do Autoramas, apontou o comportamento empreendedor como grande responsável pelos resultados que surgem de seu trabalho. Para ele, é graças a isso que a banda consegue sobreviver, apesar de não haver investimentos gigantescos.



4 comentários:

Anônimo disse...

parabéns a todos pelo sucesso!!!

Lua disse...

Foi o máximo!!! Que venham outros eventos!!!
:)

Álister disse...

Estivemos lá e foi muito legal. Instrutivo e esclarecedor.
Parabéns por esse movimento com a música e as artes.
Temos um blog em nosso site que fala e promove o independente também. abraços!

www.alister.com.br

Anônimo disse...

Sucesso!