Este primeiro encontro seguiu um roteiro pré-estabelecido e um método estruturado de reflexão compartilhada entre os participantes. O relatório abaixo apresenta os resultados consolidados das reflexões do grupo, e se distribui conforme os seguintes tópicos:
- 1) Expectativas dos participantes
- 2) Análise do cenário (1) – principais pontos fracos da Cadeia Produtiva da Música
- 3) Análise do cenário (2) – principais pontos fortes / oportunidades
- 4) Sugestões de melhorias – ações e estratégias
- 5) Relação dos participantes
1) Expectativas:
Continuidade - que essa iniciativa não se esgote nesse encontro, que as trocas e contatos possam ter continuidade;
Organização da classe, associativismo - que possa ser a oportunidade para o início de uma mudança de mentalidade na classe, que se percebe como não organizada e pouco representativa, tendo como conseqüência pouca influência nas reivindicações junto ao Poder Público e nas formulações de políticas favoráveis ao setor;
Profissionalização - que os atores da cadeia produtiva da música conscientizem-se quanto à necessidade de profissionalização dos seus empreendimentos, adquirindo uma visão empresarial, até então considerada incompatível com a criação artística;
Informação e capacitação - que o Sebrae possa ser um parceiro nessa empreitada, indicando caminhos e proporcionando acesso à informação e capacitação.
2) Pontos fracos da cadeia da música:
Falta de visão empresarial:
Ausência de visão empresarial
Desconhecimento do papel das entidades representativas do segmento cultural
Inexistência de capacitação para o empreendedorismo no setor
Desarticulação da classe:
Cultura individualista na classe
Falta de representatividade
Falta de comunicação e intercâmbio comunicação entre os profissionais da classe musical
Falta de articulação com outras classes artísticas – teatro, dança, literatura, cinema, artes plásticas
Despolitização da classe musical / falta de engajamento
Informalidade:
Falta de profissionalismo, amadorismo
Informalidade de grande parte dos atores da cadeia da música
Contratos feitos de “boca” – sem benefícios como FGTS, saúde, previdência, etc
Deficiência de capacitação técnica
Insuficiência de cursos técnicos
Dificuldades para os pequenos negócios da música:
Pouca oportunidade para a diversidade
Dificuldade de abertura dos espaços midiáticos para novos talentos
O “jabá” nos meios de comunicação
Falta de visão de negócios relacionados à música pelo empresariado
Ausência de lojas de CDs especializados
Preço alto dos CDs nas grande lojas - redes
Ausência de políticas públicas:
Inexistência de políticas públicas para formação de platéia
Pouca inserção de cultura na educação
Pouca participação da Secretaria de Cultura
Não há transparência dos mecanismos de acesso aos recursos públicos
Ausência de políticas de incentivo
Ausência de legislação para música na internet
Ausência de fiscalização do governo na política cultural
Valor alto de ingresso para shows de “grandes” artistas e casa ganhando percentual do couvert artístico do músico
3) Pontos fortes da cadeia da música:
Cultura musical
Forte identidade musical do povo brasileiro
Tradição em música
Intensa circulação de música
Interesse pelo novo
Quantidade e diversidade de oferta
Muitos artistas gerando qualidade
Muita oferta de prestação de serviços
Música brasileira reconhecida internacionalmente
Diversidade / Criatividade
Importância do Rio de Janeiro no cenário da música
Sede das principais gravadoras
Grandes meios de comunicação
Rio é sede de muitos festivais – rota internacional
Economia forte no estado – muitas empresas com potencial de investimento
Centro de decisão / influência política
Mais oportunidade de “ser visto”
Infra-estrutura
Proliferação de espaços e equipamentos culturais
Acesso facilitado à tecnologia
4) Sugestões de ações
Capacitação:
Informações sobre linhas de crédito
Criação de um centro de formação, informação e apoio ao artista empreendedor
Interlocução direta com pessoa envolvida com o mercado - palestras
Promoção de negócios:
Promover feiras de negócios
Promover fóruns, encontros com patrocinadores e órgãos públicos
Promover negócios - música agregando valor a outros produtos
Ocupação dos espaços físicos pouco ou não utilizados
Utilização de espaços públicos
Associativismo:
Criar uma representatividade, em parceria com o SEBRAE
Criar uma cooperativa de indústria da música
Criar uma associação / entidade representativa multidisciplinar
Criar grupos com interesses comuns para “cobrar”
Comunicação interna/externa:
Criar canais de comunicação a partir da associação – músicos, técnicos, Sebrae, público, etc
Manter um interlocutor do mercado atuando no Sebrae
Banco de dados:
Mapeamento de equipamentos culturais e posterior publicação de dados
Sugestões de políticas públicas:
Legalização das rádios comunitárias com facilidades para novas concessões
Mais incentivo para a indústria nacional – instrumentos e equipamentos eletrônicos
Redução de impostos para importados sem similares no país
Ministrar música nas escolas
Inclusão de música na grade escolar
Revisão e atualização das leis
Ações para acelerar a criação de um Conselho Municipal de Cultura
Isenção fiscal ou facilitação para abertura de novos espaços culturais
Incentivo para casas noturnas que mantenham programação musical regular
5) Participantes da primeira reunião:
Alysson David Campos, Artur da Cruz, Batone, Bruno Levinson, Cléber Lúcio, David Gomes, Duda Queiroz, Fernando dos Santos, Gabriel Thomaz, Gilberto Figueiredo, Grazi Calazans, Hilton Vianna Rosa Júnior, Júlio Carvana, Karla Goulart, Karla Oldane, Leonardo Pereira dos Santos, Márcia Dias, Márcio Rodrigues, Marco Barboza, Moacyr Neves, Neo, Nina Fola, Paulo Assis Brasil, Paulo Rego, Pedro de Luna, Rodrigo Lariú, Ronaldo Farias, Solange Pereira e Tarcísio Costa.
