
Pela primeira vez a ABPD divulga os números oficiais de vendas digitais no País: Receitas de comercialização de música através da telefonia móvel cresceram 127%, enquanto aquelas provenientes da Internet aumentaram 1.619%.
O mercado brasileiro de música movimentou em 2007, com as vendas de CDs, DVDs e receitas decorrentes do mercado digital, cerca de R$ 337 milhões, valores reportados pelas maiores companhias fonográficas operando no País à Associação Brasileira dos Produtores de Discos – ABPD.
Em 2007, das vendas físicas totais (CDs e DVDs) de música no Brasil, 77% foram vendas de música brasileira.
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As vendas de CDs e DVDs movimentaram em 2007 R$ 312,5 milhões, o que representou uma redução no faturamento líquido (vendas menos devoluções) das companhias que reportam estatísticas para a ABPD, de 31,2% em comparação ao ano de 2006, quando o setor fonográfico movimentou R$ 454,2 milhões. Já em unidades vendidas, este percentual foi menor, exatos 17,2% a menos em relação a 2006, com um total de cerca de 31,3 milhões de unidades em 2007.
No segmento digital, que tem seu balanço de vendas divulgado pela primeira vez pela ABPD, foram registrados R$ 24,5 milhões de movimentação no setor, o que já representa 8% do mercado total de música no Brasil. Do total das vendas digitais brasileiras, 24% representaram receitas advindas da Internet (R$ 5,74 milhões) e 76% vendas de música digital via telefonia móvel (R$ 18,54 milhões). Em 2006, a participação entre as áreas do mercado digital era muito mais concentrada na telefonia móvel, que detinha 96% das receitas, ficando os restantes 4% com as vendas através de Internet.
Do total de CDs e DVDs musicais vendidos em 2007, 77% corresponderam às vendas de repertório nacional, enquanto 20% foram representados por repertório internacional, sendo os restantes 3%, equivalentes às vendas de música clássica.
Segundo o Presidente da ABPD, Paulo Rosa: “É necessária uma análise cuidadosa das estatísticas de 2007, que agora estamos divulgando. O primeiro ponto diz respeito à queda nas vendas de CDs e DVDs musicais denominadas “vendas físicas”. É claro que uma redução de mais de 30% no faturamento líquido deste segmento é preocupante. Entretanto a ABPD divulga “vendas líquidas” ou seja, vendas faturadas para o varejo menos as devoluções do comércio varejista para os produtores fonográficos. Por razões diversas, houve em 2006 e 2007 um aumento na quantidade de produtos devolvidos do comércio varejista. É claro que o impacto das devoluções extraordinariamente fortes nestes dois últimos anos, foi fator importante para esta performance negativa. Houve também, por sazonalidade, menos lançamentos de grande sucesso comercial que nos anos anteriores, o que também contribuiu para a redução das vendas. O percentual maior de redução nas vendas em valores (-31,2%) do que o de unidades vendidas (-17,2%), indica claramente que houve queda nos preços de CDs e DVDs musicais, motivada principalmente pela continuidade da oferta de produtos piratas em todas as regiões do País, e pela chamada pirataria “online” através da Internet. Houve também um esforço por parte de todas as companhias que produzem música no Brasil no sentido de reduzir seus custos operacionais e conseqüentemente o preço dos produtos musicais a fim de torna-los mais acessíveis ao público consumidor.
Já com relação ao setor digital (Internet e Telefonia Móvel), o crescimento é notável, mesmo com os valores das receitas digitais ainda não compensando a queda nas vendas de CDs e DVDs. É possível afirmar hoje que as companhias que produzem música no Brasil, independente de seu porte, nacionalidade, ou mesmo filiação a esta ou aquela entidade de classe, estão todas buscando diversificar seus modelos de negócio e otimizar as receitas com música. O mercado digital aparece como alternativa “natural” e os números de 2007 deste segmento, bem como o crescimento em relação a 2006, são mais do que promissores. Consideramos o crescimento do mercado digital fundamental para os negócios com música gravada, sendo necessário neste ano de 2008, o engajamento de nosso setor em discussões com os Provedores de Serviço de Acesso à Internet, para a busca de soluções visando a redução dos atuais níveis de pirataria “online”, com atenção especial para o problema do compartilhamento ilegal de arquivos musicais através de redes P2P. Isto já vem acontecendo em vários países, com resultados concretos principalmente na França e Inglaterra.
Para 2008, a ABPD espera uma reação do mercado de CDs e DVDs musicais e a continuidade do desenvolvimento do mercado digital e de outros setores do mercado musical que de uma forma ou de outra estão passando a ter a presença e participação dos Produtores de Música, como por exemplo o negócio de música ao vivo, merchandising, publicidade e licenciamentos diversos.”
2 comentários:
Uma estatística da ABPD que não fala o principal: as majors , suas associadas, foram responsa´veis por mais ou menos 10% do mercado no ano passado: 6% de novos títulos mais 4% de relançamentos e os "independentes" (ABMI) e auto produtores os outros 90%.
abs
João Bani
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